No texto "Desing: obstáculo para a remoção de obstáculo", Vilém Flusser aborda a visão dos objetos como obstáculos e denuncia a efemeridade das formas, dos desings, das criações.
Segundo Flusser, o homem depara-se constantemente com obstáculos em seu caminho. Na tentativa de superá-los para seguir em frente, ele os transforma em objetos de uso (como carros e instrumentos administrativos), que se mostram também como obstáculos.
De acordo com o autor, os objetos que encontramos pelo caminho são projetos daqueles que nos precederam. Sendo assim, ele se pergunta: "como devo configurar esses projetos para que ajudem os meus sucessores a prosseguir e, ao mesmo tempo, minimizem as obstruções em seu caminho?". Para responder a pergunta, Flusser discute o conceito de "desing responsável", isto é, aquele que se preocupa mais em como afetará os homens, do que com a própria forma e beleza. O autor também denuncia a sociedade atual, na qual as pessoas valorizam mais a forma de um objeto do que a sua praticidade, e onde o desing responsável é entendido como algo retrógrado.
Numa visão mais otimista, Flusser aborda o surgimento, a partir do desvínculo entre o objeto e a matéria, de uma "cultura imaterial" (constituída por programas de computador e redes de comunicação), que seria mais responsável que a "cultura material".
A partir da leitura do texto "Desing: obstáculo para a remoção de obstáculo", de Vilém Flusser, podemos concluir que o valor de um objeto não está somente na sua forma, no seu desing, e sim, na sua capacidade de interação com o homem. Muito além de uma silhueta material, o objeto deve ser capaz de propiciar sensações àqueles com os quais tem contato.
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